Oquê ninguem vê
Já não posso mais esconder o quê eu sinto.
Agora ficou mais visível, e todos podem ver.
Minha tristeza ficou evidente e chegou a atingir os mais próximos de mim.
Os cantos da casa são agora o centro da minha vida, meus pulmões cheios para gritar, nesse momento o quê resta pra eles é me ajudar a chorar.
Temo que este sentimento seja eterno, pois minha alma sofre, minha mente patológica me leva ao desespero, por um momento acho a solução no fim desse trajeto.
Preciso de ajuda, não aguento mais sofrer calado, estou acabado, com o coração apertado, sem muitas perspectiva, muito menos ainda alternativas para a mudança.
Do que adianta ter olhos? Mais não poder ver o quê acontece dentro de nós, do que adianta sentir? Se o quê eu sinto é horrível, não vale a pena, se pudesse escolher, a vida não seria assim.
Não sinto mais a brisa no meu rosto, mas vejo o vento levar as folhas do final de outono, e as árvores estão como eu, paradas, secas, triste sem folhas, esperando por chuva que trás a nova estação: o verão.
As árvores como todos os outros anos mudam, renovão, florescem, despertam beleza e exalam seu cheiro de orvalho.
Minha alma são como as árvores, um dia já foi renovada, já despertou beleza e hoje chora, parada, seca, triste, esperando a chegada da próxima estação, no meu caso simplesmente o fim.
Rodrigo Esperidião Coelho